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FALOW & DISSE! – “VALORES PERIGOSAMENTE INVERTIDOS” – Kildare Johnson

Senhoras e Senhores observadores,

Estamos assistindo ao, antes considerado “mimimi”, cuja resposta urbana e coerente a ser dada seria o bom e velho “ACEITA QUE DÓI MENOS”, mas que agora se metamorfoseou numa perigosa espécie de VALE TUDO, perigosa por não se tratar mais do bem humorado e inocente “Vale tudo”, do impagável Tim Maia, que “advertia” para o “só não vale dançar homem com homem, nem mulher com mulher”.

Isso a ideologia de gênero se encarregou de incentivar a criminalização, talvez até impedindo que o cantor, se vivo estivesse, citasse o trecho da música. Percebe-se, infelizmente, que esse “VALE TUDO” que agora vivemos é “à vera”.

Me refiro a uma coleção de denúncias tolas, improváveis e inconsistentes, levadas a uma valoração completamente fora do contexto que deveria ter e que, na semana que se encerra, levou até o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Dr. Sérgio Moro, para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal para ser sabatinado por senadores.

Entre eles, pasmemos, alguns suspeitos e investigados em inquéritos policiais. Uns com a marca de 14 procedimentos investigativos, como o senador Renan Calheiros, que inquiriu o Ministro como se este é que fosse um potencial criminoso, fato que não restou provado e que, como afirmara o então juiz, não cometera nenhum delito, tendo até desafiado o “jornalista” (casado com o suplente do deputado que fez campanha, foi eleito e, misteriosamente, tal qual o “Pavão” cantado pelo Ednardo, desistiu do mandato) a, o quanto antes, apresentar o suposto material que, supostamente incriminaria a conduta do então magistrado.

Sua Excelência, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, deveria ter comparecido ao Senado Federal, mas para tratar de algo mais sério, como a votação que derrubou o Decreto Presidencial referente as armas de fogo para os cidadão, o que, mais uma vez, contraria a vontade expressa no Referendo sobre a proibição da comercialização de armas e munições, em outubro de 2005, ocasião onde 63% de nós decidimos pela NÃO PROIBIÇÃO, ou sobre o Pacote Anticrimes.

Mas não. Eles queriam inquirir o juiz que em sua BRANDA sentença, condenou um CRIMINOSO que até hoje se acha acima da lei. Contudo, a fidalguia, a tranquilidade de quem esta com a VERDADE, o fez aguentar por mais de 9 horas os achincalhes, as ironias, os gritos e até mesmo insultos, como o do senhor Humberto Costa, a quem se reservou a dizer: “Desculpe, as afirmações são bastante ofensivas, eu vou declinar de responder”, prosseguindo sereno como sereno é quem está com a VERDADE.

Fora isso tivemos até notícias falaciosas como a do blogueiro Reinaldo Azevedo, cuja publicação rasa e sem a devida checagem, deu conta da notícia falsa de que houve mudança de procuradores em audiência no caso do Triplex do Guarujá.

Enfim, essas supostas conversas, se é que existiram, elas não têm consistência alguma, nem podem levar um processo tão bem consubstanciado à nulidade, não há robustez para tanto e, além disso, são flagrantemente ilegais e por também não ser possível defini-las como qualquer transgressão às normas do Direito, havendo incongruências em nossa legislação, a definição do que seja “aconselhamento” fica à mercê de diversas interpretações.

Por fim, o verdadeiro ERRO está em investigado sabatinar o Ministro da Justiça, daí a necessidade de se rever o instituto do foro privilegiado para que à “máxima” do Tim Maia que diz que “O Brasil é o lugar em que prostituta se apaixona, traficante se vicia, cafetão tem ciúmes”, não seja acrescida de: “… e Juiz é interrogado por elementos investigados.”

AVANTE, porque “Eles são muitos, mas não podem voar” (Ednardo).

Kildare Johnson – Mediador Judicial – Árbitro – Palestrante motivacional. Escreve aos domingos no Observatório de Olinda

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