Condutor dos destinos de Pernambuco desde 2014, quando foi eleito pela primeira vez, o governador Paulo Câmara ainda estará no comando do estado pelo menos até 2022. Ele sabe que o País,os estados e municípios “quebrarão” sem a aprovação da chamada “Reforma da Previdência”. Mas está calado sobre o assunto porque o seu Partido Socialista Brasileiro (PSB) marcou posição “ideológica” contra o projeto.
Reproduzimos abaixo texto publicado hoje (26) pelo jornalista Inaldo Sampaio em seu site http://www.inaldosampaio.com.br com perfeita análise sobre a postura do governador. Que a população reflita e cobre de Paulo Câmara um posicionamento de responsabilidade compatível com o cargo que ele ocupa, deixando o populismo de lado, de uma vez por todas.
SEM REFORMA DA PREVIDÊNCIA, PERNAMBUCO QUEBRARÁ ATÉ 2022
Inaldo Sampaio – Coluna Fogo Cruzado – 26 de abril de 2019
- O Governo de Pernambuco retirou R$ 2,7 bilhões do caixa do tesouro estadual em 2018 para pagar a folha dos seus aposentados e pensionistas.
- O Estado tem cerca de 90 mil servidores inativos, com os quais foram gastos os valores acima para cobrir o déficit entre receita e despesa.
- Isso deveria preocupar o governador Paulo Câmara, que já tendo sido secretário da Administração e da Fazenda tem conhecimento desses números.
- Mesmo assim, num gesto de responsabilidade duvidosa, a direção nacional do PSB decidiu nesta quinta-feira (25) fechar questão contra a proposta de reforma apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro.
- Até parece que o partido não tem conhecimento desses números e que os Estados de Pernambuco, Paraíba e Espírito Santo, governados por ele, estão nadando em dinheiro.
- Estranho o silêncio dos governadores Paulo Câmara, João Azevedo e Renato Casagrande porque essa reforma interessa muito mais aos Estados que à União.
- Se por acaso a reforma não passar no Congresso (hipótese remotíssima), o governo federal tem a Casa da Moeda para imprimir dinheiro, ainda que o custo disso seja inflação. Mas os Estados têm o quê? Nada. Teriam que se cozer com suas próprias linhas, como aliás já vêm se cozendo.
- Pernambuco está com sua capacidade de investimento totalmente estrangulada porque tem uma economia frágil, não consegue recursos do governo federal e não obteve autorização para contrair empréstimo externo. Por isso deve mais de R$ 1 bilhão a fornecedores e a prestadores de serviço.
- Deveria, portanto, encabeçar o cordão em favor da reforma, que é absolutamente indispensável ao país. Até porque o governo já concordou com a manutenção das regras da aposentadoria rural e do Benefício de Prestação Continuada para proteger o “andar de baixo” como diria o jornalista Elio Gaspari.
- Fechar questão contra a reforma é uma forma demagógica e populista de “marcar posição política” e também um gesto de profunda irresponsabilidade para com os destinos do país.
- Até porque, depois que o projeto foi enviado ao Congresso, centenas de servidores da alta burocracia estadual começaram a requerer suas aposentadorias e lá vem mais despesas para o Funape.
- É correto, diante desse quadro assustador, fechar questão contra uma reforma que o PSB sabe que é inadiável? Decididamente, não!
É isso aí.