É dramática a situação de Olinda em relação à questão do abastecimento de água. Dos bairros ricos da orla até as mais longínquas colinas e morros do subúrbio o quadro é o mesmo: dias e mais dias sem um pingo de água nas torneiras. Há meses a cidade virou o “paraíso” das empresas de carros pipa, que têm faturado alto com a seca na Marim dos Caetés.
Os problemas se devem às intervenções que a Compesa está fazendo em vários pontos da cidade através do projeto Olinda + Água. A promessa é de dias melhores no futuro, inclusive com a troca de 110 quilômetros de tubulações antigas que já não servem mais para condução da água até a casa das pessoas. Mas, por enquanto, a realidade hoje é de localidades que ficam sem água por até 15 dias.
De acordo com a Compesa 95% das tubulações têm mais de 50 anos e não suportam a elevação da pressão da água, por isso deverão ser substituídas. A empresa garante que a população começará a sentir os benefícios das obras “em breve” e algumas melhorias já são observadas.
OBRA INACABADA – Mas para a moradora do Jardim Brasil I, Jandira Lima, o drama da falta d’água no bairro é um filme antigo. “Sendo muito sincera; eu não acredito nisso não. Faz 30 anos que a gente sofre com este problema. O que a Compesa tem no Jardim Brasil é mais uma obra inacabada. A caixa d’água do Colégio Renato Fonseca, que deveria estar servindo ao povo, tá lá se acabando com as ferragens expostas. E todo mundo se lascando pra comprar carro pipa”, comentou.
Pois é. Diz o ditado que “Gato escaldado tem medo de água fria”. Mas em Olinda a falta d’água é geral e o medo mais elementar do povo é acordar de manhã e não conseguir tomar um simples banho pra ir à escola ou ao trabalho. Até quando???