Vai pegar fogo a reunião da Câmara de Legislação e Tombamento do Conselho de Preservação do Sítio Histórico de Olinda, programada para hoje (02). Na pauta, a polêmica grafitagem patrocinada pela marca de uísque escocesa Passport no muro da casa que fica na esquina oposta ao prédio sede da Prefeitura de Olinda, entre as ruas 15 de Novembro e São Bento.
A maior parte dos membros do Conselho defende a imediata remoção da obra do grafiteiro Arlin Graff, por entender que a intervenção feriu a legislação de proteção ao Patrimônio Histórico de Olinda. O trabalho faz parte de uma ação promocional do Whisky Passport, que reproduzirá o grafite em garrafas colecionáveis da bebida.
Moradores da área informaram ao Observatório de Olinda que o perímetro do já chamado “muro da discórdia” está sendo monitorado por vigilantes durante as 24 horas do dia e da noite. Eles também colocaram cones na calçada da casa, impedindo o trânsito de pessoas no local.
INVASOR ESTRANGEIRO – Aparentemente, o cuidado da empresa escocesa tem a ver com o temor de que os olindenses, em nova insurreição contra o arbítrio estrangeiro (lembram dos holandeses, expulsos no século XVII?) se rebelem e removam o grafite “na tora”, como se diz por estas bandas do Brasil pernambucano.
Mas o que também chama a atenção é que a celeuma está ocorrendo bem embaixo da janela do gabinete do prefeito Professor Lupércio Carlos, que parece não ter percebido (ou não quis perceber) o acintoso ato bem debaixo do seu nariz.
“Se eu fosse o prefeito, descia lá e pintava tudo de branco, eu mesmo. Pra provar que aqui não é terra de ninguém“, comentou o “ousado” eletricista Marcelo Pontes, morador do Alto da Bondade, que achou a obra, em suas palavras, horrível. “Olinda tem artista muito melhor do que esse gringo que fez esses rabiscos aí”, disparou. Pois!!
Aguardando as cenas dos próximos capítulos.