A orla marítima de Olinda sempre deixou a desejar. O avanço do mar fez com que a faixa de areia ficasse cada vez mais restrita e de uns anos pra cá as poucas áreas onde ainda é possível o uso pelos banhistas estão se transformando em uma verdadeira favela à beira mar. Sem falar nos criminosos esgotos clandestinos que são lançados nas águas, como mostramos na matéria de ontem (16).
Além das palhoças de aspecto tenebroso; lenta e continuamente novas barracas igualmente sujas vêm surgindo e ocupando irregularmente as praias todos os dias. Em frente à Praça Duque de Caxias é possível encontrar carcaças de geladeiras, carrinhos de supermercado e tapumes de madeira improvisados como pontos de apoio para o comércio de cocos e bugigangas em geral.
XIXI – Em Casa Caiada, nos fundos do antigo Bompreço/G Barbosa, a nojeira é a mesma, acrescentada de um “eterno odor” de urina. “É vergonhoso. E imundo. Sou morador de Casa Caiada, mas não tenho coragem de convidar ninguém para vir comer um peixe ou tomar uma cerveja nessas praias. Parece uma favela mesmo”, resumiu o veterinário Sebastião Assunção.
O impacto da desorganização se desdobra no mercado imobiliário. Apartamentos que normalmente custariam R$ 800 mil são vendidos por até R$ 500 mil, desvalorizados pela omissão do poder público, que se nega a enfrentar o problema de frente. Olinda continua andando para trás.