O calendário marcava 6 de dezembro de 1822. Era a primeira vez que o Brasil participava de um empreendimento científico de repercussão internacional: a observação do trânsito de Vênus. Para os pernambucanos, um marco histórico, pois as atividades aconteceram no Alto da Sé, em Olinda.
Apesar de soar simplório, o trabalho realizado pela equipe liderada pelo astrônomo Julião Lacaille traçou os caminhos para se chegar à medida mais exata da distância entre a Terra e o Sol.
Em homenagem à descoberta, foi erguido um obelisco próximo ao elevador panorâmico do Alto da Sé. E, para celebrar os 137 anos da participação de Olinda na observação do Trânsito de Vênus, haverá programação especial e gratuita desenvolvida pelo Espaço Ciência.
O evento vai ser lembrado pelo Observatório da Sé através de atividades lúdicas e observação do Sol durante o dia. À noite, será feita a observação dos planetas Vênus, Júpiter e Saturno, além da nebulosa da constelação de Órion e do aglomerado estelar da constelação de Touro. As atividades serão na próxima segunda (9) e terça-feira (10), de 16h às 20h.
Entenda mais sobre o trânsito de Vênus
O trânsito de Vênus é a passagem do planeta Vênus diante do Sol, que oculta uma pequena parte do disco solar visto da Terra. É um fenômeno raro e só é possível quando os três corpos celestes se encontram alinhados.
Ocorrem numa sequência que geralmente se repete a cada 243 anos, com pares de trânsitos espaçados de oito anos, seguidos de longos intervalos de 121,5 e 105,5 anos. A sequência mais recente aconteceu em 2004 e 2012 e a próxima está prevista para 2117 e 2125.
Para medir a distância de um objeto é preciso que ele seja observado de dois pontos diferentes. Para objetos localizados no sistema solar, dois pontos distantes localizados na superfície da Terra podem ser suficientes. Para estrelas fora do sistema solar, é preciso usar como referência o diâmetro que a Terra descreve ao redor do Sol.
As Leis de Kepler, que regem o movimento dos planetas, estabelecem uma relação exata entre os períodos orbitais dos planetas e os raios de suas órbitas. Com isso, é possível constituir um elo de conexão entre todos os corpos do sistema solar.
Fonte: OP9