Faleceu no início da noite de hoje (23) o empresário português Antonio Martins, fundador do Empresarial Centro da Moda Olinda, no bairro de Peixinhos. Ele tinha 83 anos e travava uma batalha contra um câncer há quase dois anos. O velório acontece amanhã, a partir das 9h, no Hospital Português, onde ele estava internado. O sepultamento está marcado para as 16h, no Cemitério de Santo Amaro.
“Seu Martins”, como era chamado pelos amigos e funcionários, tinha formação em Direito, mas a paixão de sua vida era empreender. Chegou ao Brasil ainda jovem e iniciou os negócios com a abertura de um bar, no bairro de Casa Amarela, no Recife.
Com foco e obstinação enxergou no mercado de imóveis – principalmente galpões comerciais – um ambiente promissor e passou a investir nesta área. Nos anos 1970 construiu a fábrica de embalagens plásticas Sumol, em Olinda. Na época presidiu o Sindicato das Industrias de Material Plástico de Pernambuco (Simpepe).
CENTRO DA MODA – Mas foi na década de 90, quando ocorreu o “boom” da chamada “sulanca”, em Pernambuco, que surgiu a proposta inovadora de reunir pequenos comerciantes de confecções, calçados e acessórios em um só lugar, nascendo assim o Centro da Moda, em 1995.
A empresa marcou época, chegando a ter mais de 150 lojistas comercializando roupas de qualidade por preços populares. Tempos depois, a dinâmica do mercado mudou e o Centro da Moda se transformou em um empresarial, acomodando lojas, empresas e órgãos como o Expresso Cidadão.
Mesmo doente e com a idade avançada “seu Martins” trabalhou até a semana passada, antes de se internar devido ao agravamento da enfermidade. Orgulhava-se em dizer que não tirava férias. Gostava de estar à frente da administração das empresas, conversar com os lojistas, discutir as melhorias para os empreendimentos. O Centro da Moda, enfim, era o seu mundo particular.
REFORMA – Há um ano ele iniciou uma grande reforma no empresarial, preparando-o para o futuro com beneficiamento e modernização de sua infraestrutura. Deixou sua marca não apenas no Centro da Moda, mas também em Olinda, em Pernambuco e no Brasil, que foi a sua segunda – ou quem sabe a primeira – Pátria.
Fora do âmbito dos negócios, mantinha grande envolvimento com a comunidade portuguesa em Pernambuco, tendo sido diretor do Real Hospital Português, do Clube Português e presidente do Gabinete Português de Leitura. Em Olinda, atuou como diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).