A omissão da Prefeitura de Olinda está possibilitando a continuidade de um grave crime ambiental contra a cidade. Denunciado exaustivamente pelo povo, o aterramento da Lagoa da Artol, entre os bairros de Jardim Brasil I e II, fará com que o manancial – integrante da Bacia do Rio Beberibe – desapareça antes do fim da gestão do atual prefeito Professor Lupércio. O lago é considerado Área de Preservação Ambiental (APA), mas nada impede a ação das pessoas que aterram o local.
Ontem (08), moradores da área enviaram fotos de novos “lotes” que estão sendo comercializados livremente. “Todos os dias caminhões com metralha e barro chegam aqui. Estão matando a lagoa e a prefeitura não faz absolutamente nada”, diz com tristeza a nutricionista Marilúcia Alves, 37 anos, que lamenta a morte lenta da lagoa.
“A gente chegou a sonhar com um projeto de urbanização que previa a drenagem, limpeza e construção de pistas de cooper no entorno, mas o Jardim Brasil sempre foi o ‘patinho feio’ de Olinda. Um bairro bom, perto de tudo, planejado, mas que nunca recebeu o tratamento que merece de nenhum prefeito”, arrematou a aposentada Cândida Francisca, 69 anos.
MÉXICO – Em 2015 alunos do Colégio Renato Fonseca, no Jardim Brasil I, realizaram um estudo sobre os mananciais do bairro: as lagoas da Artol, Sementeira e Azul, além do Canal da Malária. O trabalho foi premiado e levou quatro estudantes a uma feira de ciências no México, em 2016. Infelizmente, de lá prá cá, nada mudou. Aliás, mudou; mas para pior.
Em novembro do ano passado o Observatório de Olinda denunciou a construção de casas com até dois andares no leito do Canal da Malária, na Vila Popular, e até agora nenhuma providência foi tomada. Prefeitura segue calada, omissa, complacente com este crime contra o meio ambiente e que afeta milhares de moradores do Jardim Brasil.
Até quando? ? ?