Um dos capítulos mais vergonhosos e mesquinhos da centenária história da Câmara de Vereadores de Olinda foi escrito na manhã de hoje (05) pelo atual presidente da Casa, Jorge Federal, e outros dez parlamentares. Legislando em benefício próprio eles anteciparam a eleição da Mesa Diretora do biênio 2019/2020 e se garantiram no comando da Casa Bernardo Vieira de Melo pelos próximos três anos e meio. Mas o detalhe que torna tudo ainda mais imoral é que a manobra foi feita em uma sessão sem energia elétrica no plenário.
Parece surreal, inacreditável. Ainda mais no momento em que a classe política brasileira enoja a sociedade com denúncias diárias de corrupção e falta de respeito com a coisa pública. Um péssimo exemplo justificado apenas pela sanha de se agarrar perpetuamente ao poder sem, sequer, se importar com a repercussão junto aos eleitores.
O grupo também foi extremamente sórdido em sua obsessão ao submeter ocupantes de cargos comissionados (CC) a uma situação humilhante. A fim de impedir que a população tivesse acesso às galerias para protestar os vereadores convocaram dezenas de CCs para ocupar o espaço e formar uma claque. Acreditem: Estas pessoas passaram mais de duas horas no calor e no escuro – uma verdadeira tortura para não perder seus empregos.
SEM LUZ – Como no horário marcado para o início da sessão o prédio continuava sem energia elétrica Federal determinou que se providenciasse um gerador!!! Nunca antes na história da Câmara se viu empenho tão grande para aprovar um projeto que beneficiasse o povo. O presidente estava determinado a se reeleger de qualquer maneira. E TINHA QUE SER HOJE DE TODO JEITO!!!
Além do vereador Federal outros dez “parlamentares” participaram da sessão que entrou para o lixo da história. Disseram sim ao escárnio Jesuíno Araújo, Irmão Biá, Algério Nossa Voz, Márcio Barbosa, Saulo Holanda, Neto Beira-Rio, João Pé no Chão, Ricardo Souza, Wlademir Labanca e Graça Fonseca. Os outros seis parlamentares que compõem a Câmara faltaram à sessão.
ABUSOS – Na tentativa de intimidar as pessoas que não faziam parte do grupo de CCs que estavam na galeria agitando a sessão, o presidente Federal determinou (ilegalmente) que todos os cidadãos que estivessem no interior da Câmara fossem filmados, fotografadas e confinados até que houvesse a coleta de nome, sobrenome e assinatura de todos eles em um livro de acesso à Câmara. A determinação autoritária fez com que o cidadão de bem que vai à Câmara acompanhar o trabalho dos vereadores se igualasse a um bandido a ser fichado.
O Observatório de Olinda lamenta que tais fatos tenham ocorrido e espera que o Ministério Público e o Poder Judiciário apurem este arbítrio. Estamos sabendo que grupos da sociedade civil organizada e partidos políticos ingressaram com ações solicitando o cancelamento da “sessão fantasma” realizada hoje.
Aguardemos com fé.
No Brasil de hoje ninguém aceita mais este tipo de prática!!!