Eis que a CPI da Covid-19 que tanto nos tem envergonhado, pelo desrespeito generalizado, por narrativas infundadas, por não investigar os governadores e prefeitos, tendo o presidente da comissão, se mostrado autoritário, com os seus arroubos: “Aqui mando eu”; “vossa senhoria não acha nada, quem acha aqui sou eu”, além do aparente menosprezo e desdém ao que dizem aqueles que se portam em defesa da pessoa do senhor presidente da República Jair Bolsonaro que, ao que se tem apurado, mesmo no esforço hercúleo de alguns para incriminá-lo, nenhuma culpa tem!
Se o espetáculo deprimente das agressões se limitasse aos adjetivos: “Ladrão”; “vagabundo”; “picareta”; “picareta que o Brasil conhece”; “vigarista”, entre eles, ainda seria grave, todavia o desrespeito ultrapassou até as fronteiras da Vida Terrena! Eles não respeitam nem os que partiram, invadem prontuários de pacientes falecidos e, pior: mantém a narrativa que põe em dúvida o que os médicos atestaram na “causa mortis” como fizeram no caso do Dr. Anthony Wong, falecido em janeiro deste ano.
A indignação por este vilipendio à memória de um dos mais notáveis médicos fez com que a família escrevesse uma esclarecedora carta dirigida ao público e assim a senhora Carla Von Gabriel Wong, esposa do pediatra e toxicologista Dr. Anthony Wong, informou na última sexta-feira, dia 24 de setembro, que o marido morreu em decorrência de uma infecção generalizada, através do documento divulgado com exclusividade pelo programa “Os Pingos nos Is”, da rádio Jovem Pan e lida no ar pela colaboradora e ex-atleta Ana Paula Henkel. No documento, a viúva do Dr. Anthony Wong, explica detalhadamente tudo o que ocorreu com o seu marido; da internação, à previsão de alta, até a infecção que o levou a óbito.
Carta ao Público:
Em benefício da verdade e memória do meu esposo, Anthony Wong, médico, nascido em 1947 na China, naturalizado brasileiro, professor da USP, diretor do CEATOX e um homem que colocou seu amor pela medicina acima de tudo, escrevo essa carta ao público.
Desde o início da pandemia, Anthony trabalhava incessantemente, juntamente com outros cientistas, em múltiplos encontros, aulas e palestras. Apesar de seus 73 anos e de ser do grupo de risco, devido a uma bronquite asmática, optou por continuar trabalhando e atendendo seus pacientes normalmente em seu consultório, muitas vezes até tarde da noite. Defendeu suas ideias sempre embasado em estudos internacionais publicados. Dia 14/11/2020 jogou tênis, um esporte que adorava, e, quando aproximadamente três dias depois apresentou mais um quadro de asma associado a dor abdominal, me pediu para levá-lo ao pronto-socorro para exames.
Nessa ocasião foi feito um teste para covid, cujo resultado foi positivo, mas ele não acreditou, já que em abril teve um quadro gripal fortíssimo. Mesmo assim, ele pediu que começassem os tratamentos imediatos com a Hidroxicloroquina, Ivermectina e Azitromicina, e avisou aos médicos da Prevent Sênior que gostaria de dar a notícia pessoalmente numa live, já que os médicos lhe deram previsão de alta em 14 dias. Na realidade, o tratamento não foi precoce, visto que ele já apresentava alguns sintomas havia dias.
Nos dias seguintes, teve piora importante e acabou sendo intubado no dia 21/11/2020, de madrugada. Graças aos cuidados da equipe médica especialista da Prevent e dos cuidados médicos integrativos, que incluíram a ozonioterapia com meu consentimento assinado e das equipes adicionais, ele saiu de um quadro gravíssimo, de hemorragia digestiva, infecções importantes e insuficiência renal. O Anthony evoluiu tão bem, andava e fazia fisioterapia e alimentava-se normalmente, que teve a ALTA HOSPITALAR PREVISTA para se dar entre o dia 25 e 26 de dezembro de 2020.
Seguindo o aconselhamento dos médicos responsáveis, achamos por bem deixarmos o hospital só após o feriado do Natal. Entretanto, quis o destino que o meu marido tivesse uma infecção, iniciada no dia 26 de dezembro, e seu quadro mudou complemente, evoluindo para uma infecção generalizada, indo a óbito em 15 de janeiro de 2021. A falta que ele nos faz é de um tamanho infinito. A memória dos seus grandes feitos e entusiasmo pela vida fazem com que tenhamos agora força para nos levantar contra as injustiças e iniquidades a que hoje assistimos contra ele e seus colegas que tanto o ajudaram…
Estamos avaliando tomar algumas medidas jurídicas cabíveis, pois, pelo Conselho Federal de Medicina, o prontuário médico é considerado particular e privativo do paciente e de sua família. Ver partes do seu prontuário levianamente expostas movimentou meu coração para que pudéssemos dar voz ao querido Anthony, que jamais se calaria frente à tamanha atrocidade, desrespeito e falta de ética.
Falo em meu nome, dos meus filhos e de toda a família Wong! A partir de agora, me calarei dentro da minha dor, não falarei para a mídia e espero poder contar com a compreensão e o respeito a esta minha posição.
Agradeço a Deus por ter conhecido e convivido com este SER HUMANO incrível! Obrigada, Anthony. Descanse em paz!
Com Amor, Carla Von Gabriel Wong, filhos e toda a família Wong!”
Num trecho da carta a viúva narra que o Dr. Anthony Wong, infelizmente ele, que tanto defendeu o tratamento precoce, não o fez no momento certo! “Na realidade, o tratamento não foi precoce, visto que ele já apresentava alguns sintomas havia dias”. O desrespeito NÃO pode atingir às memórias dos que partiram; já que o respeito passa ao largo, é preciso compaixão, compadecimento e humanidade.
Kildare Johnson – Bacharel em Direito, Mediador/Conciliador, Árbitro Judicial e Palestrante RM.