Todos os dias milhares de pessoas que precisam chegar ou sair do bairro de Jardim Atlântico passam apressadamente pela Praça Pedro Jorge (terminal da linha Casa Caiada). Muitos, porém, não sabem quem é o personagem que dá nome àquele local. Procurador da República Pedro Jorge de Melo e Silva era o responsável pela investigação do chamado “Escândalo da Mandioca” – um dos maiores casos de corrupção da década de 1980 – quando foi assassinado no dia 03 de março de 1982.
Para marcar os 35 anos do episódio o Ministério Público Federal (MPF) e a Procuradoria Regional da República da 5ª Região, em parceria com a Universidade Católica de Pernambuco, produziram o documentário “Pedro Jorge: uma vida pela justiça”. O lançamento acontece amanhã (27), às 19h30, no Cinema São Luiz, no Recife.
De acordo com as investigações o procurador foi assassinado ao sair da padaria Panjá (Avenida Fagundes Varela, próximo à Praça Pedro Jorge) depois de comprar pão e leite que levaria para o jantar em casa. O acusado pelo crime foi o pistoleiro Elias Nunes Nogueira, que disparou três tiros contra o procurador a mando do então major da Polícia Militar José Ferreira dos Anjos, um dos envolvidos no escândalo.
LARANJAS – O desvio de recursos federais ocorria na agência do Banco do Brasil de Floresta, no Sertão do estado, e chegou a somar, em valores atuais cerca de R$ 34 milhões, segundo cálculos da Advocacia-Geral da União. Pequenos agricultores eram usados como “laranjas” para fraudar programas de financiamento do Governo Federal.
No filme, que não terá fins lucrativos, há a participação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, dos ex-procuradores-gerais da República Geraldo Brindeiro e Aristides Junqueira, do arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, da viúva de Pedro Jorge, Maria das Graças Viegas, e de suas filhas, Roberta e Marisa, entre outros.
Para o lançamento do documentário será reservada uma cota de ingressos para o público, que poderão ser retirados na bilheteria do cinema uma hora antes do evento. Após a exibição, será promovido um debate com participação do advogado Gilberto Marques, assistente de acusação no processo criminal que levou à condenação dos assassinos, da jornalista Letícia Lins, que cobriu o caso na época pelo Jornal do Brasil, e do Irmão Irineu Marinho, colega de seminário e amigo próximo de Pedro Jorge.