A relação entre Olinda e a Holanda vem desde os tempos em que flamengos invasores ocuparam a capitania de Pernambuco (1630-1654) e incendiaram a Marim dos Caetés. Quase 400 anos depois o elo entre os dois povos continua vinculado ao fogo, à queima. Muito comum nas ruas de Amsterdam -onde o consumo de drogas não é criminalizado – a liberdade de fumar maconha em público também pode ser verificada a qualquer hora do dia ou da noite em diversos locais da nossa cidade.
Apesar de não ser lá grande novidade o consumo de maconha em larga escala em Olinda, pois há anos áreas como o Sítio Histórico são território livre para quem quer usar a “erva maldita”, em alguns bairros periféricos e, principalmente, na beira-mar a banalização tem preocupado moradores que associam o consumo ao aumento da criminalidade.
“Já não há mais qualquer receio de ser visto fumando maconha em plena luz do dia. Seja o boyzinho de classe média ou o maloqueiro que vai roubar o celular de quem está no calçadão. Não existe mais vergonha nenhuma. A polícia também finge que não vê. E o que antes era crime agora está sendo tolerado. São os fins dos tempos né?”, comentou o aposentado Mário Menezes.
As famílias que costumam caminhar com crianças e adolescentes na beira-mar também reclamam. “Antigamente a gente só ouvia falar de drogas quando já estava com 14, 15 anos. Mas agora tem lugares na praia que são dominados por eles e a gente não pode ir com as crianças porque os drogados fazem o cigarro de maconha na frente de qualquer pessoa. Não quero meu filho vendo isto. Hoje muita gente defende, mas pra mim continua sendo uma desgraça. A ciência já provou os danos irreversíveis ao sistema nervoso e ao cérebro”, afirmou a secretária A.G.S, 29 anos, que preferiu não se identificar.