Mais um prédio caixão desmoronou, em Jardim Fragoso, na noite/madrugada de ontem (11). Por muito pouco Olinda não voltou a ser palco de uma nova tragédia com mortes como as que ocorreram em 1999, quando a queda dos edifícios Éricka e Enseada de Serrambi deixou 12 vítimas fatais.
Desta vez o Edifício Agave – que deveria estar desocupado – “sinalizou” que desabaria quando o movimento da estrutura provocou estalos, cinco dias antes de ir definitivamente ao chão. Isto permitiu que as dez famílias que viviam clandestinamente no local pudessem deixar os apartamentos antes da queda.
Graças a Deus não houve vítimas fatais. Mas e se os moradores que ocupavam irregularmente o imóvel tivessem sido atingidos pelo desmoronamento? E mais: A Prefeitura de Olinda sabia que o prédio interditado estava ocupado? Existem outros imóveis na mesma situação, com a presença de invasores? Se essas pessoas morrem em um acidente nestes prédios quem se responsabiliza?
De acordo com levantamentos realizados após os acidentes de 1999, Olinda possui 52 edifícios residenciais interditados onde viviam cerca de 700 famílias. A maioria deles está abandonado e sem qualquer tipo de vigilância sobre o patrimônio. Muitos foram saqueados e outros servem de abrigo para moradores de rua e sem-teto.
Sem fiscalização há anos só resta pedir a Deus que outras tragédias não se repitam. Ou cobrar da Prefeitura de Olinda uma ação efetiva nestes imóveis. Se há laudos condenando a estrutura, por que não demolir tudo de uma vez? ? ?
Aguardaremos respostas para todos estes questionamentos antes que mortes voltem a ocorrer.