Com o preço da carne bovina nas alturas, surgiu a notícia de que algumas empresas estão trabalhando em projetos que criam a chamada “carne de laboratório“. O produto, criado a partir de células-tronco de vacas e bezerros, não seria mais adquirido no pasto, mas em ambiente científico.
Empresas de inovação (startups) estão apostando na novidade, a fim de suprir a demanda mundial por carne. Saem de cena agropecuaristas e assumem o papel de produtores os bioengenheiros, com uma proposta “mais sustentável”.
A tendência já tem até nome: “neonívoros“, pessoas onívoras, com dieta baseada em carne criada em laboratório. Segundo a Associação de Agricultura Celular (ACS), nos EUA, a produção industrial deve atingir larga escala e distribuição mundial a partir de 2025.
HAMBÚRGUER – A holandesa Mosa Meat -derivada do projeto da Universidade de Maastricht que apresentou o primeiro hambúrguer de laboratório ao mundo- levantou €7,5 milhões (R$ 34 milhões) para pesquisas.
O primeiro hambúrguer da Mosa custou 200 mil euros, hoje, custa nove, ainda bem acima de um tradicional. A empresa espera produzir até dez quilos por semana em 2020, escalando para 50 kg em dois anos.
A grande maioria da indústria produz filés de culturas de células obtidas do soro fetal bovino, um líquido extraído do coração de fetos de vacas abatidas ainda grávidas, uma prática sob fortes questionamentos éticos.
UMBILICAL – A Meatable diz ter desenvolvido uma técnica que usa células do cordão umbilical de bezerros, que seria descartado pela indústria, sem abater o bebê ou a mãe.
A empresa espera que os bifes cheguem aos restaurantes holandeses até 2022 e pretende também investir na produção de carne de porco, de olho no mercado chinês.
Pensando em um mercado ainda mais distante, Marte, a israelense Aleph Farms realizou em setembro um experimento na Estação Espacial Internacional, onde um bife foi impresso em 3D.
E aí? Você encararia um filé de laboratório com batatas fritas???
Com informações da Folhapress
