O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Olinda (COMDACO), Jadilson Vieira Gomes (na foto em reunião com o prefeito Lupércio), renunciou ao cargo ontem (01), após ter recebido ligações telefônicas anônimas com ameaças de morte.
Há meses ele vinha sofrendo pressões por parte de integrantes do primeiro escalão da Prefeitura de Olinda interessados em utilizar a estrutura do órgão para “fins eleitorais” e práticas não republicanas. Desta vez não aguentou o tranco e pediu pra sair.
Três episódios recentes mostram como Jadilson estava literalmente “Sob Pressão”. O primeiro foi o convênio firmado entre a Prefeitura de Olinda e a Associação Nossa Voz em Ação – Organização Não Governamental fundada pelo vereador Algério Nossa Voz – onde estão previstos repasses totais de R$ 480 mil https://observatoriodeolinda.com/prefeitura-convenio-ong-vereador/. Por discordar da forma e conteúdo do projeto, Jadilson se recusou a assinar o contrato, que beira meio milhão de reais.
Pouco depois veio o escândalo do vazamento de um áudio de WattsApp, atribuído ao secretário de Desenvolvimento Social de Olinda, Odin Neves, revelando uma trama para afasta-lo da presidência do COMDACO. Na gravação o secretário diz que montou uma estratégia para “cumprir a missão” de tirar Jadilson Vieira Gomes do cargo. https://observatoriodeolinda.com/audio-secretario-prefeito-vazamento/
ALOPRADOS – Em junho Jadilson Vieira também foi pressionado a reabrir inscrições da eleição para o Conselho da Criança e do Adolescente depois que candidatos apoiados pela Prefeitura foram desclassificados. “Um grupo de 35 candidatos ligados ao Governo Municipal se inscreveu no último dia e, pelo menos, 33 foram considerados inaptos por conta de “vícios” na documentação apresentada. Havia desde inconsistências até documentos falsos”, informou, na época, uma fonte do Observatório de Olinda. https://observatoriodeolinda.com/zap-prefeitura-fraude-eleicao/
Pouco tempo depois, as inscrições terminaram sendo reabertas – mesmo após o prazo legal previsto no edital – e uma “enxurrada de candidatos lupistas” voltou ao páreo. Neste caso, novas conversas do aplicativo WattsApp também mostraram a interferência de integrantes do Primeiro Escalão da Prefeitura no processo de eleição do conselho, com alguns participantes afirmando claramente que a ordem era fazer da instituição “um braço eleitoral” em prol da reeleição do prefeito Lupércio, no ano que vem.
IMPRONUNCIÁVEIS – Bem, para sofrer um assédio tão grande a presidência deste órgão – cuja finalidade real seria apenas a defesa do interesse das crianças e adolescentes – deve deter um poder ($$$) que muitos desejam utilizar para fins impronunciáveis. Se o agora ex-presidente do COMDACO resolver contar as histórias que sabe. . . . . pode acontecer uma revolução em Olinda.
Observemos e aguardemos novos episódios.
